sexta-feira, 10 de maio de 2013

A CONFISSÃO POSITIVA E AS ENFERMIDADES


A CONFISSÃO POSITIVA E AS ENFERMIDADES
A seguinte declaração de Jesus deve causar algum incômodo aos filhos da Confissão Positiva: “As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8:20).

Como é que Jesus fez tal declaração negativa? Ele desconhecia que as palavras têm poder? Que o que falamos se transforma em realidade? Que confirmar miséria é duvidar da providência divina? É dar brecha ao diabo? É claro que Jesus desconhecia tal doutrina. A doutrina dEle era a da Verdade. Jesus sabia que nem sempre o que é positivo é verdadeiro. Não procurava enganar a Si próprio. Se um “positivista”, por algum motivo, for morar debaixo de uma ponte dirá: “Estou morando numa linda mansão com piscina de água cristalina?”.

Jesus disse que Pedro O negaria três vezes. Aconteceu exatamente como afirmara, apesar da confissão positiva de Pedro (Lc 22:34, 57-60). Que coisa! Como é que o Mestre fez essa confissão negativa? Falou negativo, deu negativo. Em outra ocasião, Pedro disse a Jesus, em tom de branda repreensão, que de modo nenhum Ele iria padecer em Jerusalém, nas mãos dos principais sacerdotes e escribas. Ouviu uma dura repreensão: “Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mt 16:22,23). Jesus disse que Pedro estava agindo 
 de modo semelhante ao diabo, querendo impedir Sua morte expiatória. Pedro já  deveria ter aprendido que o positivo para Jesus era sempre o verdadeiro, e não o falso. Se ele disse que seria morto em Jerusalém, é porque Ele seria morto em Jerusalém. 
A Bíblia nos ensina que nossas confissões positivas não podem contrariar a verdade dos fatos. Se um crente está com um câncer nos intestinos, com metástase no estômago e no fígado, não pode simplesmente afirmar que são apenas sintomas ou artimanhas do diabo para que haja confissão negativa. E quando o crente morre é porque morreu mesmo; não são sintomas da morte. Se o apóstolo Paulo fosse um “positivista”, teria negado a existência de um espinho na sua carne.
Teria dito: “Saia de cima de mim, Satanás. Você quer me enganar com seus sintomas, mas você não me engana não. Ouviu bem, seu safado? Arrume tudo o que é seu e esqueça o meu endereço. O Senhor já levou as minhas dores e enfermidades. Já fui completamente curado por Suas pisaduras”.

Porém, com humildade, e reconhecendo a realidade da situação, revelou que “orei [pediu] ao Senhor por três vezes” para que desviasse de mim esse espinho. A reposta de Deus foi um “NÃO” bem grande. Os “positivistas” não querem nem ouvir falar nessa “fraqueza” de Paulo.  O apóstolo era um pessimista? Ou era porque ele, seguindo o exemplo de Cristo, sempre falava a verdade? Falava o que era verdadeiro sem perder a confiança: “Como a verdade de Cristo está em mim, esta glória não me será impedida nas regiões da Acaia” (2Co 11:10).  De modo algum Paulo seria admitido no rol dos arautos da Confissão Positiva. Como é que um crente que já foi sarado pode sofrer tantas adversidades? Mas Paulo se gloriava nas fraquezas: “Sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor a Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte” (2Co 12:10).           Os arautos ensinam e afirmam: “Não sou fraco, não fico doente, não passo necessidade, então sou forte”.

Não podemos confessar nossas doenças porque elas não existem, porque são apenas sintomas colocados pelo diabo para nos enganar? O Apóstolo desconhecia essa estratégia do inimigo. Não negou que estava doente quando pregou pela primeira vez aos gálatas (Gl 4:13,14) e confessou a doença de Trófimo e a freqüente enfermidade de Timóteo (2Tm 4:20; 1Tm 5:23).
Deus é bom, não castiga ninguém com doenças nem que seja para provar a fé de seus filhos? Leiamos: 
1) “E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor? (Êx 4:11).
2) “E o Senhor feriu o rei, e ficou leproso até ao dia da sua morte” (2Rs 15:5).
3) “A lepra lhe saiu na testa [de Uzias]... visto que o Senhor o ferira” (2Cr 26:19,20).
4) “Miriã ficou leprosa como a neve” porque “a ira do Senhor se acendeu” contra ela” (Nm 12:9,10). 
5) Jó “era homem íntegro, reto e temente a Deus e se desviava do mal”; foi chamado por Deus de “meu servo”, mas Deus permitiu que a destruição viesse sobre ele: perdeu seus filhos e seus bens, e ficou coberto de “úlceras malignas, desde a planta do pé ao alto da cabeça” (Jó 1:1,8,12; 2:5).

Deus sempre atende ao que lhe pedimos? Deus disse “não” a Moisés quando este pediu para entrar em Canaã: “Rogo-te que me deixes passar, para que veja esta boa terra. Porém o Senhor não me ouviu. Antes o Senhor me disse: Basta, não me fales mais deste assunto” (Dt 3:25,26). 
É porque esse Deus era do Antigo Testamento? Mas na Nova Aliança Ele também não atendeu ao pedido de Paulo na questão do espinho na carne (2Co 12:7-9).
Hoje em dia, Ele diz não a muitos de seus filhos, porque muitas vezes pedimos coisas inconvenientes, ou que serão pedra de tropeço no futuro. Graças a Deus não somos atendidos em tudo que Lhe pedimos. O melhor é dizermos “se Deus quiser”, pois Ele sabe o que é melhor para nós (Tg 4:15). 
A Confissão Positiva condena com veemência a oração em que se diz “se for da Sua vontade”. Mas vejam:

“Porque melhor é que padeçais fazendo bem, se a vontade de Deus assim o quer, do que fazendo o mal” (1Pe 3:17; cf 4:19). “Esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5:14).
 Os crentes são exortados a orarem para que a vontade de Deus seja feita (Mt 6:10; 26:42. Lc 11:2; Rm 15:30-32; Tg 4:13-15).
Comparemos agora esses fatos bíblicos com o pronunciamento de alguns arautos da Confissão Positiva:

“Jesus era sempre positivo em Sua mensagem” (E.W.Kenyon). Positivo ou sincero? A conotação do Movimento é diferente. Confessar positivo é dizer as coisas boas segundo as promessas da Bíblia. Exemplo: se alguém está doente, nunca deve confessar que está doente, mas dizer que já foi curado. Se um casal crente tiver um filho paraplégico, deve dizer que a criança está curada. Levar uma criança ao médico, ainda que os sintomas nos digam que se trata de grave enfermidade, é não confiar na Palavra de Deus.

Assim, podemos dizer que Deus foi sincero, e não positivo, quando disse ao primeiro casal: “Porque no dia em que dela comeres certamente morrerás” (Gn 2:17).
 E quando disse à mulher: “Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos” (3:16).
E quando disse a Adão: “Maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida” (v.17).

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